CARACTERÍSTICAS
GERAIS
Esse continente
apresenta a terceira maior extensão mundial. Possui espaço territorial nos
quatro hemisférios, pois é cortado pelo equador (parte central) e pelo
meridiano de Greenwich (parte ocidental). Na parte oeste, é banhado pelo oceano
Atlântico; na parte sudeste, pelo oceano Índico; na parte leste, pelo mar
vermelho e ao norte, pelo mar mediterrâneo. Um dos três maiores bolsões de
pobreza do mundo, em nível relativo, é a zona mais problemática no aspecto
social e econômico do Globo. A taxa média de mortalidade infantil é da ordem de
152 por mil. As mais altas do mundo.
ASPECTOS FÍSICOS
O continente
africano constitui-se de uma estrutura geológica bastante antiga, apresentando
na maioria da porção territorial relevos de baixa altitude. Salvo alguns casos,
como o monte Kilimanjaro, no Quênia. A vegetação na África é bastante
diversificada, existem áreas de florestas equatoriais, savanas, floresta
temperada, campos e regiões desérticas. O clima também é bastante variado,
apresentando ao norte o clima mediterrâneo, na parte central o equatorial e
desértico e ao sul o tropical e subtropical. A maioria dos rios africanos
são intermitentes. No continente, destacam-se duas bacias: Congo — maior
potencial hidroelétrico do mundo e Nilo — bacia que proporciona a vida no Egito
serve para abastecimento e irrigação.
HISTÓRICO
A colonização do
Continente foi iniciada no século XVI. Essa colonização não foi efetiva, no
sentido de que não havia a interiorização no continente. Todo o contato era
litorâneo, baseado principalmente no comércio para abastecimento de suprimentos
de viagem. Nos séculos XVII e XVIII, o comércio intensificou-se
principalmente pela presença de um grande produto de aceitação no mercado
internacional — o escravo negro. O escravo negro foi o principal
“produto” comercial nesses séculos, impulsionando um forte comércio entre a
África e as Américas. Nesses séculos também não houve uma colonização efetiva,
visto que os negros eram capturados nas tribos por traficantes e trazidos para
o litoral para serem comercializados.
O século XIX
iniciou com a entrada em vigor da lei Bill Aberdeen. Essa lei inglesa
determinava o fim do tráfico de escravos, ou seja, qualquer navio que
transportasse escravos poderia ser afundado. Essa lei, associada à abolição da
escravatura nos países americanos, impulsionou o crescimento populacional na
África que até aquele momento era bastante reduzido. Em 1884 foi realizada a
Conferência de Berlim. Nessa conferência os países da Europa traçaram suas
áreas de influência dentro da África.
DESCOLONIZAÇÃO
A maioria dos
países africanos obteve sua independência após a II Guerra Mundial,
destacando-se a década de 1960. Contudo, o processo de colonização foi marcado
pela criação de fronteiras artificiais e essas por sua vez não levaram em consideração
as diferenças étnicas e históricas, inserindo no mesmo país grupos e tribos
inimigas, impossibilitando a formação de uma nação plena. Embora tenham
adquirido a independência política, esses países não conseguiram implantar com
sucesso o princípio da autodeterminação (governados por si só), pois,
historicamente foram explorados e a dependência econômica se fez presente como
forma de dominação. Para piorar a situação, a nova geopolítica mundial foi
marcada pelo desenvolvimento de duas grandes potências (Guerra Fria). Esses
países se mostraram presentes no Continente africano, influenciando nas
políticas, fornecendo armas e financiando conflitos internos.
Com o fim da
Guerra Fria, a ajuda externa foi minimizada, entretanto, o quadro de miséria
econômica, social e político que aflorava na região era imenso. O Continente
apresenta milhares de pessoas morrendo de fome, sede e de doenças endêmicas,
uma dívida altíssima, sem perspectiva de pagamento. Faltam recursos básicos
para a população, existe uma quantidade enorme de campos de refugiados, pois
vários países ainda estão em guerra civil. A África agoniza em sua própria
miséria e os países e organismos internacionais apenas realizam política
assistencialistas, que nada resolvem a problemática histórica de
desenvolvimento que aflige a região.
DIVISÃO ÉTNICA DA
ÁFRICA
ÁFRICA BRANCA ou
ÁFRICA DO NORTE
Características
Localiza-se na
parte norte ou setentrional e uma parte do oeste; banhada pelo mar Mediterrâneo
ao norte. Região mais rica e com melhor IDH (índice de desenvolvimento
humano). Destaque na economia: extração de riquezas minerais, como o petróleo
(Líbia e Argélia, membros da OPEP) e o turismo (região do Mediterrâneo) são os
grandes destaques. A religião mulçumana predomina na região; Grande parte
da população tem origem na etnia branca (região semelhante ao Oriente Médio).
Dividida em: Maghreb (onde o sol se põe), norte do Saara e vale do Nilo
(Egito). Países da região: Egito, Líbia, Argélia, Marrocos e Tunísia.
ÁFRICA NEGRA ou
ÁFRICA SUB-SAARIANA
Características
Também chamada de
África verdadeira. Dividida em África Ocidental (Nigéria), Central (bacia do
rio Congo), Oriental (Somália, Ruanda) e Meridional (África do Sul). Região
bastante pobre (exceto África do Sul). Base econômica agrária, destacando
também a extração de minerais (voltados a exportação). Vários conflitos
internos.
As duas regiões
são separadas pelo deserto do Saara, que ocupa áreas das duas partes, e se
caracteriza como um divisor natural. O Saara tem no seu limite sul uma extensa
área que está sendo atingida por um forte processo de desertificação – região
conhecida como Sahel – que vem ampliando muito sua extensão,
pelo uso irregular da terra para fins agrícolas e urbanos, empobrecendo ainda
mais essa região africana.
Em razão das
péssimas condições de vida, da falta de investimentos na área de saúde,
educação e emprego, a África negra, ou subsaariana, vem enfrentando uma
epidemia nos casos de aids, tornando-se a região com maior incidência de
doentes infectados com HIV. A situação, além de escandalosa, é
bastante preocupante, pois as políticas assistencialistas hoje empregadas
na região não estão surtindo efeito benéfico, apenas mascarando um
problema, ligado diretamente à política de exploração e miséria que o
continente vive.
PAÍSES DE DESTAQUE
África do Sul
Características
gerais
País mais
desenvolvido da África. Mais militarizado. Rico em recursos minerais (carvão,
ouro, diamante, urânio), exceto petróleo. Os brancos na região, em sua maioria,
são de origem holandesa (boërs), e ingleses. Caracterizam cerca de 17% da
população sul-africana. Capital do executivo (Pretória), legislativo (Cidade do
Cabo), principal cidade (Johannesburgo).
Aspecto político
A África do Sul,
principal país da África, implantou um regime no ano de 1948, denominado de Apartheid. Esse
regime baseava-se em uma segregação política, econômica e social formal, que
sobrepunha a população branca (minoria) sobre a negra (maioria). O
Apartheid iniciou seu declínio desde o fim dos anos 80, acarretado
pela pressão da população local, mas principalmente pelas colocações
internacionais de repúdio e a possibilidade de um boicote internacional. Foram
criadas áreas na periferia para os negros (townships). Exemplo: Soweto.
Devido ao aumento
do número de negros (preocupação com rebeliões), foram criadas regiões, em
áreas longe do centro, conhecidas como bantustões. Década de 60 e 80 período de
maior conflito dentro da região. Em 1992, o governo determinou uma
votação, em que 70% da população branca votou o fim do apartheid.
Só recentemente
(1994) tiveram eleições livres em que os negros puderam votar. Venceu Nelson
Mandela (CNA), primeiro presidente negro da história. O atual presidente da
África, Thabo Mbeki, enfrenta vários problemas como o desemprego, a violência e
a Aids. Hoje ainda existe racismo mascarado na região.
Bases do Apartheid
- · Pass book (passaporte).
- · Não podia haver casamento inter-racial.
- · Negros não eram donos de terra.
- · Tinham salários menores que os brancos.
- · Não poderiam estar juntos em estabelecimentos públicos.
- · Não poderiam morar em bairros de brancos.
- · Não votavam e não se elegiam.
- · Não participavam do exército.
- · Um negro só poderia hospedar sua família por no máximo 72 horas.
Angola e
Moçambique
São países que
estão inseridos na comunidade de países que falam a língua portuguesa.
Apresentam outra característica comum: são países que passaram longos anos
sobre uma forte guerra civil, a qual desestruturou toda a sua economia.
Conflitos intimamente ligados à questão da Guerra Fria. Atualmente buscam
desenvolver melhorias sociais e econômicas, baseadas em instáveis acordos de
paz.
O Brasil vem
auxiliando o Continente africano, sobretudo os países que falam a Língua
Portuguesa, como Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Nesses países, o Brasil
está gerenciando um programa amplo de alfabetização, a fim de reduzir a taxa de
analfabetismo, que gira em torno de 70% da população ativa (em idade de
trabalho). Outro fator de ajuda do governo brasileiro foi o perdão da dívida
externa desses países para conosco, buscando assim promover o seu
crescimento. Essa política de ajuda tem favorecido o aumento do poder
brasileiro no cenário mundial, no sentido de que os países mais pobres vêem no
Brasil um líder entre os países subdesenvolvidos.
Ruanda e Burundi
Países que sofrem com
uma guerra civil entre Hutus e Tutsis, que já acarretou a morte de milhares de
pessoas e colocou essa região em destaque como uma das mais perigosas e
violentas do mundo. Esse conflito já é um dos mais longos da África Central e
ganhou ares de um conflito regional, pois se misturou a conflitos na República
Democrática do Congo (antigo Zaire) e vários países próximos, como Angola e
Namíbia.
Chifre da África
Nessa região
estratégica, área de ligação entre o Mar Vermelho e o Golfo de Áden, estão
localizados a Etiópia, a Somália, Djibuti e Eritréia. Região extremamente pobre
e que passa por constantes conflitos que no atual momento atravessa um período
de trégua que não se sabe quanto tempo vai durar.
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